sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Casas noturnas de Belo Horizonte não temem fiscalização

Por Luiza Sousa
e Sílvia Espeschit


O prazo de 120 dias, depois da sanção da lei anti-fumo, que proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de produto semelhantes em locais fechados, poderá ser mais do que suficiente para algumas casas noturnas se adequarem. Procuradas pela reportagem do blog, muitas não demonstram preocupação com a nova lei, pois já possuem alguma forma eficiente de lidar com o público fumante.


Em coletiva para a equipe do blog, Dep. Alencar da Silveira Jr. esclarece pontos da lei anti fumo mineira, da qual é um dos autores
Vídeo: Luiza Sousa


É o caso do bar-karaokê Mulan, que possui maioria das áreas para não fumantes, tendo em vista a tendência de público freqüentador. “Para o fumante, a gente tem uma área bem na porta”, conta a auxiliar administrativa do estabelecimento, Carolina Gabriela. Segundo ela, outra opção já natural para os fumantes é a de sair para fumar, sendo desnecessária qualquer ação de repreensão de possíveis casos de fumo em locais não permitidos.

Já na casa de shows Pau e Pedra, a falta de preocupação com possíveis mudanças vem diretamente do público freqüentador. Segundo Advaldo Moreira de Oliveira, gerente do local, o número de fumantes freqüentadores diminuiu, sem razão aparente, nos últimos tempos. “No máximo, oito, nove por cento do pessoal fumava. Hoje é pouquíssima gente”, explica o gerente. Para os poucos remanescentes, não deverá ser feita qualquer reforma para atendê-los, já que segundo Advaldo estes mesmos assumem a postura de sair do estabelecimento para fumar.

A boate Roxy também não tem uma preocupação aparente sobre a nova lei, “como ela ainda não foi sancionada, não temos o que pensar por enquanto”, comenta a produtora de eventos da casa, Ana Carolina Costa. Ela diz que os advogados da casa estão esperando a nova lei entrar realmente em vigor, para poderem entende-lá melhor e saber, junto com os sócios e os gerentes, o que poderá ou não ser feito na a boate para se adequar a nova lei.

Na contramão do que parece ser uma tendência, o Vinnil Cultura Bar já planeja mudanças. De acordo com a gerente administrativa Patrícia Orlandi, as mudanças ainda não podem ser divulgadas ao público, já que ainda estão em fase de projeto. “No momento não tem área separada para ninguém”, conta ela sobre o motivo das adequações, em um estabelecimento totalmente fechado.

Formas de fiscalizar ainda pouco definidas

De acordo com o Deputado Alencar da Silveira Jr., um dos autores da lei anti-fumo mineira, a fiscalização de cumprimento de normas estabelecidas, poderá ficar por conta da Secretaría de Saúde. Como a lei ainda não está posta em prática, o deputado conta que não há formas de definir especificamente o número de fiscais, bem como o esquema de suas ações.

Contudo, Alencar afirma que os maiores fiscalizadores serão os próprios freqüentadores dos locais. Ele defende uma boa postura não só dos fumantes, como dos demais, assim como já ocorre no Japão. “O japonês se educou: existe fumódromo e pontos onde não pode fumar”, conta ele sobre a prática japonesa de fumar somente em locais previamente estabelecidos, como certos pontos de quarteirões.

Um comentário:

  1. Olá, meninas!
    boa matéria. boa idéia do vídeo com o deputado e os links para as casas noturnas. Vocês poderiam ter incluído fotos dos locais, não? Ia dar mais leveza ao texto.
    abs,
    Daniela

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